quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Balzaquiana

Dei para mentir a idade. A esta altura da minha vida qualquer 2 ou 3 anos que economizo já é lucro. Veja bem, estou com 27 anos de idade (isso é verdade), e as pessoas acham pouco, mas eu te digo: 24 é quase 20, mas 27 é quase 30! Eu quero dizer ... já fazem Renew pra minha idade! Tenho me preparado para a Balzaquianice com alguma serenidade. Quero me aproximar dela com doçura, para desfrutar as vantagens da experiência e não apenas os pés de galinha. Vivo melhor hoje do que com 17. Sei amar melhor, os medos se dissiparam e tenho poucas convicções. Gosto cada vez mais da minha companhia e do que vejo no espelho. A relação com as pessoas e com o mundo tem ficado mais fácil porque aceitei minha natureza. Portanto, que venha a balzaquianice com todos os privilégios que a idade pode me trazer, porque medo de trintar só tem quem não conhece o botox.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Vida de Casada

Capítulo 1: Rosileide, a empregada.

V: Rosi, cadê minha camisa de listras azuis?
R: Não sei.
V: Amor, você viu minha camisa de listras azuis?
L: Na sua mala.
V: Mas eu cheguei de viagem há uma semana! Rosi, o que combinamos?
R: Roupa suja vc joga no cesto de roupa suja, eu lavo e devolvo pro guarda-roupas. Nada de mala, quem sabe o que fazer com suas roupas é você.
V: Amor?
L: Rosi, é só tirar as roupas sujas da mala e passar as amassadas, pode ajudar com isso?
R: Claro, querida, agora vem cá pra te contar o bafão do forró nas Cabanas.

À noite, nos preparando para dormir...

V: Amor, você acha que a Rosi manda em mim?
L: Acho.

*Rosi = nome fictício

Delírios de Consumo

Acordei feliz! Na carteira talão de cheques e cartão de crédito! Foi o bastante para me sentir poderosa, rica, a Carrie Bradshaw tupiniquim. Fui às compras destemida. De repente meu talão de cheques e cartões de crédito eram como entidades poderosas, com vida própria. O suficiente para satisfazer todo o meu ímpeto consumista. Mas a caminho das lojas, se deu a epifania, daquelas em que o céu se abre e a luz passa através das nuvens: de alguma maneira mórbida e malígna, meus cartões de crétido estão diretamente ligados à minha conta bancária! E pior: talões de cheque e cartões são, sim, entidades, mas daquelas da magia negra, com sentimentos humanos dos mais baixos. Elas te dão o poder, mas em menos de trinta dias você vai estar fazendo até despacho para acertar suas contas com a divindade. Voltei pra casa com uma calcinha, que comprei no débito.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Parceria

Depois de nos perdermos em absolutamente todas as vezes que viajamos juntos, meu namorido resolveu comprar um GPS e lá fomos nós, destemidos, rumo a Araruama no feriadão. Seguimos à risca as indicações da geringonça e até fomos no rumo certo. O problema foi quando nos demos conta de que não desativamos a opção "estradas não pavimentadas" e assim, fomos parar numa estradinha de barro, que deve ter sido batida pelos bandeirantes paulistas no século XVIII. Estávamos descendo a serra de Nova Friburgo debaixo de chuva, a 20km/h. Foi quando começamos a rir, afinal de contas, aquilo era fichinha perto das inúmeras vezes que erramos caminhos, caimos em valas, entramos em motéis abandonados, etc. A estrada era linda e ao final nos deparamos com um armazém colonial, perdido, conservado, intocado e aberto, vendendo, assim como deveria ser a anos atrás, secos e molhados. Tão maravilhados nem lembramos de tirar uma foto.
Essa estrada nos levou a Lumiar, para nossa surpresa, um lugar lindo cheio verde e cachoeiras. Aventureiros que somos, seguimos viagem ouvindo a geringonça: "vire à direita", "vc está acima do limite de velociade". Chegando em São Pedro da Aldeia, lembramos que alí fica a " Casa da Flor", uma obra prima da arquitetura espontânea, comparada ao trabalho de Gaudi. O intrépido casal foi em busca da tal casa, mas sem a ajuda do GPS pois não sabíamos o endereço. Nos perdemos na periferia da cidade, mas como sempre, chegamos e nos surpreendemos. É uma visão emocionante, difícil de definir. Só mesmo meu namorido, historiador dos conceitos conseguiu criar um para a Casa.
-Lua, é um beleza orgânica, como uma caixa de marimbondos, uma colméia de abelhas, ou algo assim. É vivo, é pulsante.
Ele sabe tudo! Gabriel Joaquim dos Santos, trabalhador rural, analfabeto, construiu a casa. Nunca se casou ou teve filhos, dedicou a vida àquela casa. E novamente ele:
-Isso é queimar uma vida em nome de algo que se acredita maior.
Eu já havia visto imagens da Casa pela internet e televisão, mas nada se compara à experiência de estar alí.
Depois disso resolvemos seguir viagem. Paramos num quiosque à beira da lagoa de Araruama, pedimos um chopinho e entre risadas e lembranças da aventura, propus:

-"Um brinde à nossa relação"

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Eu acho a Shakira o Máximo

Pronto, falei.

Eleições 2010

Ainda não sei como me impressionei ao ver a expressiva votação que a Marina Silva teve nestas eleições. Nada contra a filha da Amazônia, a não ser pelo fato dela ter tirado votos da minha candidata. A Marina é até legal apesar da fragilidade que ela tenta esconder e de ter errado na escolha do partido. O que me incomoda mesmo é essa tal de onda verde. Quando esses estudantes intelectualmente limitados me vem com esses argumentozinhos de direita disfarçados de discurso pseudo-cult, a vontade que eu tenho é responder: "Ah, não fode". Mas ainda me irrita menos do que os declaradamente de direita, que aparecem com esses argumentos de revista Veja pintando a Dilma de terrorista, sequestradora, responsável pelo apagão ou marionete do Lula. Pra esses eu tenho vontade de dizer: " Se fode". É tudo o que eu desejo pra essas pessoas, que elas votem no Serra e que se fodam depois. O problema é que infelizmente, se o Serra ganhar, quem vai se fuder não é quem votou nele, mas a minha empregada, meus colegas bolsistas estudantes de universidade pública federal, meu professores, o pequeno produtor, e a soberania desse país, que demorou 8 anos para ser construída. Se bem que existe um grupinho que vota no Serra (ou ajudou a levar o Serra pro segundo turno votando na Marina) que pode se fuder caso o tucano vença (deus me livre cruz credo saravá): são os estudantes de Federal que provavelmente não estão há 10 anos numa Federal como eu para poder comparar os dois ultimos anos do governo FHC onde peguei 3 greves, com os fantásticos 8 anos de governo Lula, onde um programa chamado REUNI devolveu a dignidade aos professores, funcionários e estudantes. Não, esses devem estar muito recentemente na universidade e devem passar muito pouco tempo nela para ter um conhecimento de história e política tão limitado. Mas esses eu não quero que se fodam, pra esses eu diria: " Se mata".

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Observando os pássaros

Que meu namorido é um erudito, disso ninguém duvida. Mas o que só eu sei sobre ele, é que até nos nossos cafés da manhã ao ar livre, ele consegue surpreender com seu vastíssimo conhecimento - que vai além do historiográfico...muuuito além. Depois de uma longa explanação ornitológica sobre aves migratóricas, assanhaços, tico-ticos, luta por territórios, etc ele comenta:
V: veja amor, um curió...não é muito bonito mas é um pássaro canoro.
L: o que é um pássaro canoro?
V: Que canta, oras...
L: Nossa, que vocabulário mais...mais...
V: Castiço?
L: ?!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Olhar sobre as Minas











Fotos da Laura, minha fotógrafa favorita

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Vida Acadêmica


Ando escrevendo um projeto de tese. Depois de reclamar durante todo o mestrado, vou atrás das agruras do doutorado e continuar este círculo vicioso chamado vida acadêmica.

Ausência



Tenho pensado na vida, mas ando devagar...nunca tive pressa. Com tantos feriados, passeios, visita, amigos, namorido, fica difícil escrever. Mas tudo isso fica latente, uma hora vem à tona e o blog volta.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O bem que ele me faz

Minhas tardes começam a ter um encanto diferente, quando, longe dele, vejo minha caixa de mensagens do celular se encher de poesias. É um bouquet de flores feito de palavras, onde as mais lindas não são as do poeta, mas as dele:" te amar me ensinou a ler Neruda" :)

Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.

Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.
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Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo,
que solidão errante até tua companhia!
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Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
o mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que sua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.
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Plena mulher, maçã carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos e dois corpos
por um só mel derrotados.
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos.

À toa

Agora que virei mestre e me sinto "leve, como leve pluma muito leve leve pousa", esse blog vai ficar chocante! Muita coisa boa para compartilhar e muito tempo livre para isso, rsrs!

Sobrevivendo à defesa

Agora é certo, com certidão lavrada em cartório e com firma reconhecida, defendi minha dissertação de mestrado. A felicidade é grande e o alívio é maior ainda. Mas estou certa de que a melhor sensação é a de poder me dedicar a outra coisa, e me propor uma nova empreitada, maior ainda: que venha o doutorado!
Entre aqueles que constam nos meus agradecimentos, faltou alguém que talvez tenha sofrido mais do que todos os que eu atazanei ao longo desses dois anos. Vim aqui fazer justiça - aliás muito bem feita, afinal de contas, os blogs são muito mais lidos que as dissertações de mestrado - e agradecer àquele que em uma noite aguentou sozinho todo o mau humor, choradeira e manha que eu deixei para fazer no ultimo dia: amor, muito obrigada! Quando você está comigo eu me sinto mais forte. Então o post de hoje é todo dele.

Amor a sim
O susto foi que nunca antes se olharam. Ou talvez olharam mas não viram porque a gente nem sempre anda atento. A verdade é que a melhor felicidade vem a conta-gotas. Pode até ser que não, mas assim é que foi. A festa, os amigos, a distância é que têm feito os amores imprevistos... impossíveis...instantâneos. Um instante de descuido e a gente pega amor! Incrível? Eu acredito, a sim.

Fidelidade masculina

Almoçando com meu namorado e seus amigos, não me lembro como chegamos ao assunto da fidelidade masculina. Foi quando ouvi as sábias palavras do meu filósofo favorito Fábio:
"Luana, só tem quatro tipos de homens fiéis, o seu namorado é um deles.
O primeiro é aquele que é fiel por convicção. Na verdade ele nem ama a mulher tanto assim. Para ele ser fiel é uma questão pessoal, que tem a ver com a sua própria dignidade.
O segundo é o que tem medo. Ele é fiel porque morre de medo de apanhar da mulher.
O terceiro é o apaixonado, que é também egoísta. Ele é fiel porque isso faz parte do estar apaixonado naquele momento.
O quarto, é o caso do seu namorado, o fiel por incompetência. Ele até queria trair a mulher mas ninguém quer dar pra ele."

sábado, 14 de agosto de 2010

Sex shop

No carro, a caminho do bar...
J: Cara, na sex shop que eu fui, tem pinto de borracha de até $1.000 reais.
L: nossa, mas um pinto desse deve prometer orgasmos múltiplos
E: é...quem vai precisar de homem?
J: mas uma coisa que não me apetece é a tal da calcinha comestível!
L: Ai gente, na boa, eu acho esquisitíssimo. Nunca tive vontade de usar. Fico imaginando a cena... você lá no maior clima...tira a calcinha e faz o que? Ficam comendo juntos, fazendo cara de prazer?
J e E: É Lu, tipo isso...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Vou votar na Dilma

O casal nacional que me perdoe, mas eu vou votar na Dilma. Acho até bem legal esses jornais conservadores saírem em defesa da força reacionária deste país, afinal de contas, depois do sucesso do governo Lula, ninguém mais quer ser direita. Direita boa era no meu tempo. Estou chegando a uma certa idade em que tudo de bom era no meu tempo: FHC privatizando tudo, o país escravo do FMI, professor sem receber, greve atrás de greve, fim da reprovação no ensino médio, argentino tomando banho nas nossas praias, latifundiário matando sem terra. Isso é que é governo de direita! Agora o Serra me aparece de gravata vermelha, se dizendo filho de operário! Tem graça? A nossa direita nunca mais voltará a ser o que fora outrora, quiçá desaparecerá, por isso, em nome da democracia, julgo importante nossos jornais conservadores falarem dos reaças às novas gerações. Mas como nunca fui muito democrática mesmo, fico com a maioria: meu voto é da Dilma.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Um Blog

Carol, como se faz um blog?
E assim o blog começou.