sexta-feira, 23 de março de 2012

Produzindo sentido

Das lembranças mais claras e latentes que tenho da minha infância, a do período da minha alfabetização é sem dúvida a mais importante. Incrível lembrar disso, mas o sentimento é ainda tão presente que sou capaz de descrevê-lo com alguma precisão. Lembro-me perfeitamente da sensação de começar a fazer parte do mundo, de viver num lugar cujos símbolos, finalmente, eu era capaz de decifrar, e de estar inserida, de repente, num lugar que começava a fazer sentido para mim.
Hoje quando vejo a pilha enorme de livros e textos que vão se acumulando na minha escrivaninha, sinto aquele  frio na barriga. Insegurança, medo de não ter fôlego para os próximos 4 anos de leituras densas e nem sempre prazerosas. Aí, chega a vez daquele texto genial que pensando conteúdos e questões específicas da história, são capazes de explicar o mundo. E assim, aquela sensação de um mundo que se descortina para mim, vem novamente à tona. E todas as inseguranças se dissipam com essa possibilidade de me alfabetizar para o mundo, de entender todas as suas camadas e complexidades. É preciso viver num mundo que faça sentido, que embora vasto, nele se sinta à vontade.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Vivendo com emoção

Andando pelos corredores da UERJ vi dois rapazinhos com cortes de cabelos estranhos conversando sobre ser louco, adrenalina e esportes radicais. Não sei se surfavam, escalavam a pedra da Gávea, saltavam de asa delta ou algo do gênero. Sei que o que estava em disputa era quem podia ser mais radical. Neste dia eu havia viajado seis horas de ônibus para chegar ao Rio de Janeiro e assistir 8 horas de aula. Encarei o trânsito engarrafado em pé num ônibus, sob um sol de 40 graus para chegar à universidade. Sobrevivi ao mesmo engarrafamento no final da tarde para chegar à rodoviária do Rio, pegar outro ônibus, encarar mais 6 horas de viagem até Viçosa, onde encontrei minha caminha somente às 4h da manhã. Neste dia, minha orientadora havia me indicado para apresentar um seminário cujo tema era: " Crise de paradigmas ou anarquia epistemológica?". Adrenalina pura não? Radical sou eu, bobinhos.

Declaração de amor ao Rio de Janeiro


Estudar na UERJ está sendo uma alegria. O Rio de Janeiro continua lindo, os cariocas coloridos, receptivos e com aquele X cada veix maix saboroso. Mas eu preciso confessar que o melhor momento da minha estada carioca é, sem dúvida, quando entro na sala de aula e a professora liga o ar condicionado.

domingo, 11 de março de 2012

Casquete




Correndo o risco de espantar meus leitores do sexo masculino, peço licença para um momento "mulherzinha". Amigas, achei uma relíquia num brechó em Santo Antônio do Leite (um delicioso e bucólico distrito de Ouro Preto). O "achado" é um casquete. Aqueles delicados enfeites de cabeça que a princesa da Inglaterra adora usar em eventos formais. Mal posso esperar o próximo evento para estrear o meu!

quinta-feira, 8 de março de 2012

No dia Internacional da mulher o assunto é futebol

Explicando porque essa flamenguista vibrou com a vitória do Fluminense sobre o Boca pela libertadores ontem! Um amigo comentou certa vez sobre um jogador argentino:" Messi é craque? Claro. Racionalmente falando posso até dizer, usando de algoritmos e inequações ele é o melhor do mundo. Mas estamos falando de futebol e eu costumo usar a razão apenas para comprar sabão em pó. Messi enche meus olhos com seu futebol, em alguns momentos. Mas não tem meu apego, minha paixão. Por que futebol é algo dos seres enraizados, dos moleques, dos cretinos, dos patriotas, dos problemáticos. Messi nunca brigou de garrafa nas quebradas de La Boca. Meu coração não me permite gostar do Messi. Apenas uma ponta de uma coisa sem graça e turva chamada razão, que eu uso pra escolher sabão em pó."
O Messi não joga no Boca, mas isso explica o meu "viva o futebol do Rio de Janeiro".