terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Áaaah, é que eu estou de férias rá-rá-rá


Sobre o documentário: O riso dos outros

Excelente documentário. Com depoimentos de Laerte, intelectuais, comediantes de stand up, lideranças de movimentos sociais, são 50 minutos de uma bela discussão sobre o que é humor, quais os limites da liberdade de expressão, que temas são "permitidos" e o que é a boa piada em tempos de politicamente correto!

House of Cards


House of Cards é, na minha opinião, uma das melhores séries do momento. Sou suspeita para falar pois ela reúne meus dois assuntos preferidos: política e moda! Central na série é a velha máxima de Churchill, "Política e salsichas" (é melhor não saber como são feitas). A moda fica por conta do figurino de Claire Underwood, abundante em sapatos Louboutin. A linguagem é rápida, com muitos recursos super atuais como whatsap, etc. O foco é o jogo político, as "intrigas palacianas" contemporâneas na Casa Branca. Kevin Spacey está um monstro como o parlamentar Frank Underwood, estrategista frio, manipulador, vilão shakespeariano que lança olhares de cumplicidade com a câmera, fala diretamente com o espectador antecipando sua próxima jogada.  Underwood é de longe um dos personagens mais interessantes que venho acompanhando pela complexidade e sagacidade. Ambiciona poder, não dinheiro e na sua busca descortina o complexo jogo da política que se alimenta de disputas por influência, da imprensa, lobistas, grupos econômicos e dos interesses da população quando sobra tempo. 
A série é do Netflix, mas tem uma versão anterior da BBC que comecei a assistir agora. O mesmo jogo político, porém no Reino Unido, após a morte de Margaret Thatcher.

Marco Polo

Recomendo muitíssimo a nova série do netflix, Marco Polo. A produção é belíssima, figurinos e cenários maravilhosos, bom roteiro e algum cuidado na reconstituição histórica. O mais surpreendente é que, embora seja o ocidente falando, a série apresenta toda a sofisticação da cultura oriental e sua centralidade no século XIII. Marco Polo parece apenas desculpa para se mostrar a corte e as conquistas de Kublai Khan. "Pau a pau" com Game of Thrones!

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Seja bem-vindo


Venha, Luís Henrique, 
Venha para esse mundo louco que a gente te protege. Venha para os seus padrinhos doidos, você terá o melhor deles. Venha mostrar pra gente que a vida ainda vale a sua risada (especialmente aquela faltando alguns dentinhos). Vem logo que quero ver minha irmã nascer de novo ao ver sua carinha. Vem nos deixar mais fortes e mais unidos por você. Vem para fazer seu paizinho querer melhorar o mundo todo, para que ele lhe seja generoso. Venha e venha com sorte, venha com força. Vem que o vovô é flamenguista e a vovó uma formiga que vai te encher de chocolate. Venha que só o que te desejo é que você tenha os poros abertos para a vida, e que o amor com que você foi feito seja a sua natureza. Venha e esteja à vontade no mundo, que o nosso mundo será mais rico e feliz com você.

E ele chegou, lindo ne?

domingo, 9 de novembro de 2014

Só para não esquecer de escrever sobre isso

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Eleições 2014

Vitória apertada do PT com uma diferença de mais ou menos 3 milhões de votos. Em consequência, o ódio. Tem gente reivindicando um golpe militar na página do exército no facebook. Em São Paulo teve uma manifestação pedindo o impeachment da Dilma, reuniu 30 pessoas (acho que até teria mais gente, não fosse a falta de banho e a consequente catinga dos suvacos que desanima qualquer cidadão). Tem gente choramingando, relembrando com saudade as manifestações de junho. Tem gente RE-VOL-TA-DA porque vai ter que passar mais quatro anos sustentando os pobres e os nordestinos sem estudo que vivem de bolsa esmola. Mas o mais curioso está sendo a reação da nossa imprensa. Boner gaguejou ao dar a notícia, e na entrevista da presidenta no JN, ele e Patricinha mudaram o tom...acho que foi o constrangimento pelos gritos de "o povo não é bobo, abaixo a rede globo" trasmitidos ao vivo durante o discurso da vitória. Fala-se muito em união do país e todo mundo já decorou o mapa das eleições que mostra a expressiva vitória de Dilma no nordeste. Na globo news, às 20h do dia 26 outubro imperava o constrangimento. Merval Pereira estava IN-CON-SO-LA-VEL. Criticou a campanha "de ódio" do PT que esmagou a pobre Marina, criticou a "grosseria" da militância petista, ressaltou a "herança maldita" , ou seja, os problemas econômicos que a presidenta vai enfrentar no próximo ano, demonstrou algum prazer ao falar que o PT sai enfraquecido dessas eleições e que com isso, terá de negociar. Mas não há discurso mais repetido do que: "o país está dividido". O PT dividiu o país entre pobres e ricos, pretos e brancos. 
Estive em Copacabana no dia 19 de outubro, uma semana antes das eleições. No bairro carioca, Aécio teve uma expressiva votação no primeiro turno. Passeava pela orla com meu marido e observava as pessoas que aguardavam o comício do senador. O que vi foi muito senhor de idade, com cara de militar, ou de parente do Bolsonaro, passeando com a esposa trabalhada no botox puxando o cachorrinho pela coleira. As pessoas vestiam as cores e carregavam a bandeira do Brasil. Cantou-se o hino nacional. Senti revivido o espírito do nacional socialismo Alemão. Observe:  Aécio repetiu infinitas vezes durante a campanha que não representava um partido, seu partido é o Brasil. Seus eleitores manifestaram nas redes sociais o ódio aos pobres e nordestinos eleitores do PT, sustentados pelos "trabalhadores". Enfim, nacionalismo, anticomunismo, tradicionalismo, num contexto de uma suposta instabilidade econômica criada pela imprensa (embora as taxas de desemprego não ultrapassem 4%).  Ronaldo, Neymar, Luciano Hulk, todo mundo se envolveu, nossa imprensa se esforçou, fez bem o seu papel, mas não deu pro Aécio.

 Houve erros de cálculo. Durante as manifestações de junho ninguém pediu a volta do PSDB, não dá para ter eleições sem partido (ou faremos pelo facebook?), não foi o nordeste que elegeu a Dilma (veja o gráfico ao final do texto), o Lobão não foi embora do Brasil, e o país não está dividido. Este país sempre esteve dividido.



terça-feira, 21 de outubro de 2014

Um ano depois...

Uau, vai fazer um ano que não apareço por aqui. Descobri que fazer doutorado, graduação, orientar 10 monografias, participar de outras 20 bancas, cuidar da casa enquanto tento encontrar uma funcionária, e escrever um blog são atividades inconciliáveis. Ameacei, em vão, um retorno, mas 2014 me envolveu e me tomou as manhãs, tardes, e noites, risadas, amigos, colegas...prefiro não comentar tudo. 2014 também me deu muito, muito mesmo. O melhor presente merece um post só pra ele e terá. No mais, viajei para Portugal, em dezembro serei finalmente licenciada em história, produzi um capítulo importante da tese e muito material para os próximos. Por fim, 2014 me trouxe um grande alento e alegria com a bolsa de doutorado sandwíche! Além da experiência de 6 meses na Universidade de Lisboa, tranquilidade para escrever, muito vinho e sotaque gostoso, viver sozinha em Lisboa vai me permitir um novo projeto: "as crônicas do além mar", narrativas da minha vida como doutoranda em terras lusitanas, todas registradas aqui no blog.

Então deixo prometido (para mim mesma) três postagens com fotos e imagens, nesta ordem
Eleições 2014 (historiadora do político, preciso escrever)
Luis Henrique, maior alegria (com direito ao poema que deixei registrado no meu facebook)
Lisboa
Formatura