terça-feira, 9 de novembro de 2010

Vida de Casada

Capítulo 1: Rosileide, a empregada.

V: Rosi, cadê minha camisa de listras azuis?
R: Não sei.
V: Amor, você viu minha camisa de listras azuis?
L: Na sua mala.
V: Mas eu cheguei de viagem há uma semana! Rosi, o que combinamos?
R: Roupa suja vc joga no cesto de roupa suja, eu lavo e devolvo pro guarda-roupas. Nada de mala, quem sabe o que fazer com suas roupas é você.
V: Amor?
L: Rosi, é só tirar as roupas sujas da mala e passar as amassadas, pode ajudar com isso?
R: Claro, querida, agora vem cá pra te contar o bafão do forró nas Cabanas.

À noite, nos preparando para dormir...

V: Amor, você acha que a Rosi manda em mim?
L: Acho.

*Rosi = nome fictício

Delírios de Consumo

Acordei feliz! Na carteira talão de cheques e cartão de crédito! Foi o bastante para me sentir poderosa, rica, a Carrie Bradshaw tupiniquim. Fui às compras destemida. De repente meu talão de cheques e cartões de crédito eram como entidades poderosas, com vida própria. O suficiente para satisfazer todo o meu ímpeto consumista. Mas a caminho das lojas, se deu a epifania, daquelas em que o céu se abre e a luz passa através das nuvens: de alguma maneira mórbida e malígna, meus cartões de crétido estão diretamente ligados à minha conta bancária! E pior: talões de cheque e cartões são, sim, entidades, mas daquelas da magia negra, com sentimentos humanos dos mais baixos. Elas te dão o poder, mas em menos de trinta dias você vai estar fazendo até despacho para acertar suas contas com a divindade. Voltei pra casa com uma calcinha, que comprei no débito.