domingo, 3 de novembro de 2013

Sobre o biotério Royal e os testes em beagles

Não tenho opinião formada sobre o assunto. Aliás, nunca pensei muito sobre isso. Meu lattes não me qualifica para o debate, rsrs. No perfil do facebook da Cora Ronay (que eu adoro), rolou uma discussão interessante, com uma intervenção fundamental que me apontou um caminho. A doutora por Johns Hopkins Marcia Triunfol se posicionou pela descontinuidade do uso indiscriminado de animais em pesquisas. A prática representa um atraso para a ciência, fora as questões éticas envolvidas. "A continuidade do uso de animais principalmente para testes de toxidade, tem um grande interessado: a empresa farmacêutica". A pesquisadora listou uma série de drogas que se mostraram seguras em animais e quase mataram seres humanos. " Modelos animais, no momento em que se encontra a ciência servem apenas para responder perguntas antigas. Ciência de ponta não se faz com beagles.". Parece que o biotério Royal nunca publicou um só artigo em revista científica e por isso não pode ser considerado um instituto de pesquisa. Dado importante, não?
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Meu ponto:
Eu tenho um gato, e preciso dizer que adoro o Balzac. Mas não pensaria duas vezes (claro, que  não sem dor no coração) em entregá-lo para testes caso necessário. Aliás, eu entregaria a mim mesma para testes se necessário rsrs. Acho que animais não descobrem a cura do câncer, não ganham o nobel da paz, nem de literatura, não produzem obras de arte. Eu não sou vegetaria, acho que a coisa mais digna que uma lagosta pode fazer na vida é proporcionar um banquete maravilhoso para amigos reunidos! Estamos cercados de crueldade contra animais mas também contra seres humanos o tempo todo. Você pode deixar de usar uma roupa feita de couro para proteger um animal, mas essa roupa, ou seu tênis podem ter sido produzidos explorando trabalho infantil ou trabalho escravo. A única alternativa para uma vida totalmente ética, harmônica com o mundo é o suicídio coletivo. A questão colocada por Marcia Triunfol que me interessa aqui é: "não se faz pesquisa de ponta com beagles". No ponto em que a ciência chegou hoje, fazer testes em animais é um caminho necessário ou é o caminho mais cômodo?

Gatos caçadores de talentos



sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Pelos corredores da universidade, encontro uma conhecida:
Ela: E aí, Luana, como vai a vida de casada?
Eu: ótima, menina, não sei porque as pessoas falam mal do casamento!
Ela: Eu também não, já me casei duas vezes, estou querendo me casar uma terceira pra descobrir!

Esse é o espírito! rs

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Sobre Roma

Eu juro, eu juuuro que logo vou escrever sobre a viagem a Roma. Para abrir o apetite.
Diário de bordo, panna cota, Pantheon. Construído 2000 anos antes de cristo. Destruído por um incêndio, reconstruído no século I I. É emocionante ver a fé e a força de um projeto civilizacional que construiu e reconstruiu o destruído. Rendeu páginas emocionadas de anotações.

Escrevendo tese e pensando em experiências constitucionais mundo afora

Lendo memórias e livros sobre a revolução francesa, escritos na península ibérica em princípios do século XIX, me encantei com a constante presença das palavras "movimento" e "liberdade". 
Eu: Amor, o primeiro capítulo da tese vai se chamar: Homens em movimento: vida política e experiência constitucional na província mineira. O que você acha?
Ele: Pretensioso
Eu: ok
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Sobre a revolução Francesa
..."historia la más atroz y sanguinaria que se conece, sostenida y contiuada por un gran número de fanáticos que guiaban a aquel desgraciado pueblo, víctima de su tiranía, a baylar tan pronto alrededor del árbol de una liberdad imaginaria, como en torno de los cadalsos que levantaban para inmolarse unos después de otros...(pero la ha confeccionado)...a fin de que seriva de preservativo en el curso majestoso de nuestra heroyca insurrección"

Francisco Grimaud de Velaunde, tradutor e adaptador de uma Historia de la Revolución Francesa, formada sobre la más autênticas que se han publicado hasta el día, Madrid, 1814. Em: O Liberalismo na península Ibérica na primeira metade do século XIX. Editora Sá da Costa.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Nosso momento político

Como pesquisadora da história política, não poderia perder o bonde, o momento histórico. Fica aqui o meu pitaco sobre as manifestações que tomaram conta do Brasil nos últimos dias. Esse clima de convulsão social me motivou a escrever:
Até mesmo os alienados políticos já perceberam o que está acontecendo no país. Tomamos as ruas em protesto depois de uma década de conquistas importantes, na qual a pobreza diminuiu, a renda foi melhor distribuída, e as pesquisas eleitorais são favoráveis ao governo do PT. Mas embora as manifestações estejam gravitando ao redor de uma agenda local (no âmbito municipal) os sangue-sugas da direita e da ultraesquerda estão vampirizando os jovens manifestantes e disputando o discurso dos rebeldes para voltá-lo contra o governo federal. Até o momento, colheram fracasso. Não há força maior que o acontecimento. As manifestações e lideranças resistiram a abraçar suas bandeiras políticas e ainda lançaram palavras de ordem contra o Alckmin e a Rede Globo. Os jovens não estão nas ruas a serviço da restauração antipetista, mas ao mesmo tempo não se mostram satisfeitos com o nosso cenário atual. Eles querem mais e melhor. Eles demonstram cansaço com essa estratégia de mudança sem ruptura, sem reforma. O movimento não é contra o PT, mas coloca a estratégia do partido em xeque. Como o PT vai reagir? Vai se reconectar a estes movimentos, aprofundar e acelerar as reformas de base ou pagar o preço próprio das situações onde a esquerda e as ruas se divorciam?
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As manifestações que iniciaram com o Movimento Passe Livre, que reivindicava a revogação do aumento  do valor das passagens de ônibus em São Paulo, desembocaram nunca infinidade de protestos com uma pluralidade infinita de bandeiras (não necessariamente de partidos). Prometo uma análise desse segundo momento dos movimentos. Agora vou abrir um vinho porque o marido entrou de férias.

Volver

Alguns amigos novos, 3 quilos a mais, muitas garrafas de vinho, o mesmo amor,um casamento, viagens lindas, a mesma tese empacada, muitos alunos, um gatinho perdido e um ano depois o blog voltou. Escrever é um exercício e um desafio que me proponho, voltei por necessidade. Não sei sobre o que é ou será esse blog: história, literatura, viagens, amor, jardim, conversa fiada, boemia, um diário. Sobre mim certamente não é, não sou tão interessante. Mas talvez seja um blog sobre tudo o que me toca a alma, essa que eu espero ser tão grande, do tamanho da minha natureza, para que assim possa tocar a sua também. Pronto, escrevi, e assim o blog voltou.
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Nota mental: Agora que desencantei, tenho uma lista de postagens a fazer. Quero escrever sobre Roma, tenho um diário de bordo recheado de histórias e lembranças para compartilhar aqui. Teve o ano novo na Argentina. A experiência do casamento, letras de música do Chico Buarque na estrada e conversas com meu marido (que me inspira todos os dias). Tem a tese, as leituras e ideias. Tem o cotidiano. Livros pela metade, filmes, enfim, estará tudo aqui.