terça-feira, 2 de julho de 2013

Nosso momento político

Como pesquisadora da história política, não poderia perder o bonde, o momento histórico. Fica aqui o meu pitaco sobre as manifestações que tomaram conta do Brasil nos últimos dias. Esse clima de convulsão social me motivou a escrever:
Até mesmo os alienados políticos já perceberam o que está acontecendo no país. Tomamos as ruas em protesto depois de uma década de conquistas importantes, na qual a pobreza diminuiu, a renda foi melhor distribuída, e as pesquisas eleitorais são favoráveis ao governo do PT. Mas embora as manifestações estejam gravitando ao redor de uma agenda local (no âmbito municipal) os sangue-sugas da direita e da ultraesquerda estão vampirizando os jovens manifestantes e disputando o discurso dos rebeldes para voltá-lo contra o governo federal. Até o momento, colheram fracasso. Não há força maior que o acontecimento. As manifestações e lideranças resistiram a abraçar suas bandeiras políticas e ainda lançaram palavras de ordem contra o Alckmin e a Rede Globo. Os jovens não estão nas ruas a serviço da restauração antipetista, mas ao mesmo tempo não se mostram satisfeitos com o nosso cenário atual. Eles querem mais e melhor. Eles demonstram cansaço com essa estratégia de mudança sem ruptura, sem reforma. O movimento não é contra o PT, mas coloca a estratégia do partido em xeque. Como o PT vai reagir? Vai se reconectar a estes movimentos, aprofundar e acelerar as reformas de base ou pagar o preço próprio das situações onde a esquerda e as ruas se divorciam?
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As manifestações que iniciaram com o Movimento Passe Livre, que reivindicava a revogação do aumento  do valor das passagens de ônibus em São Paulo, desembocaram nunca infinidade de protestos com uma pluralidade infinita de bandeiras (não necessariamente de partidos). Prometo uma análise desse segundo momento dos movimentos. Agora vou abrir um vinho porque o marido entrou de férias.

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