quarta-feira, 8 de abril de 2015

Sobre a Garrafeira Nacional e o Barca Velha

Nem preciso dizer que vinho e comida têm sido um "plus" na minha experiência além-mar. Gaspacho vendido no mercado em embalagem tetrapack de 1 litro a 1 euro; vinhos excelentes que no Brasil custariam 60 reais também vendidos no mercado a 8 ou  9 euros; cogumelos e toda a sorte de peixes e frutos do mar frescos; queijos, presuntos de porco preto, enfim.
Nossa grande descoberta lisboeta foi a Garrafeira Nacional e a possibilidade de degustar vinhos muito bons pagando apenas a taça. Isso significa provar dos melhores vinhos, aos quais dificilmente teríamos acesso não só pelo preço, mas por não encontrá-los facilmente no Brasil, pagando apenas uma fração do que pagaríamos pela garrafa. Ahh! Essas máquinas maravilhosas (fotos abaixo)! Temos degustado vinhos incríeis, suas melhores safras! As lojas "Garrafeira Nacional" encontram-se espalhadas por Lisboa. Fomos a uma no Mercado da Ribeira, no Cais do Sodré; tem outra na rua dos Funqueiros, e uma terceira mais perto do Rossio. Cada uma delas oferece uma variedade diferente de vinhos a degustar. Destaco nossa experiência com um Collares, vinho branco tradicionalíssimo e para muitos, difícil de tomar/gostar. Nós adoramos, tem o gosto da tradição portuguesa, lembrando um pouco o Jerez (xerez). O ano do nosso foi 1969. A outra experiência, e até agora a maior de todas, foi o Barca Velha da casa Ferreirinha, vinho icônico português. O ano? 1982! Uma garrafa custa algo em torno de 350 euros, ou seja, mais de 1000 reais. Pois bem, fomos destemidos e pagamos 30 euros numa taça. Valeu o investimento. Equilibrado, ainda se sente os taninos e a acidez (mesmo depois de 30 anos em garrafa), mantém complexidade, enfim, experiência sensacional. Aprendemos que não é sempre que se produz o Barca Velha, isso só é possível nos melhores anos/safras. É um vinho que envolve muito investimento em sua produção, passa anos sendo elaborado pelos enólogos da casa que o levam às barricas, provam, retornam, enfim. Claro que o custo foi alto para nós, não em termos de dinheiro, pois isso deixa de ser uma questão quando um vinho desse passa pelo céu da sua boca, língua, bochechas. O custo é voltar a tomar vinhos "normais" depois de se saber o que este mundo oferece!

O Collares 1969 é um vinho branco mas repare nessa cor

O Collares na máquina de degustação

Este Madeira é um vinho fortificado como um vinho do Porto, maravilhoso

Meu amor degustando um Barca Velha
o vinho incônico: Barca Velha 1982

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