sábado, 31 de janeiro de 2015

A Vogue Kids

Com algumas (às vezes muitas) objeções, sempre li a Vogue. Há algum tempo vinha me sentindo incomodada ao receber, sem aviso prévio, a Vogue Kids, uma versão infantil da revista que vinha acompanhando a original. Não tenho filhos, meu currículo não me qualifica para falar desse universo, mas sou tia, prima, cidadã, e me choca ver crianças como produtos, mini-adultos, consumidores. Meu fascínio pelo universo da moda se encerra no trabalho dos grandes designers e maisons que àsvezes produzem arte com tecidos, estampas e cortes incríveis. Reconheço o valor de uma estampa étnica pensada pelo Ronaldo Fraga, mas uma criança não sabe porque está vestindo um casaco Burberry. Apesar disso, confesso que só deixei de ler a revista ao receber a edição com essas fotos que compartilho aqui. Vejo nelas a objetificação de crianças, beleza padronizada, erotização de meninas de 10 anos. Ia finalizar com um “lamentável”, mas é nojento, mesmo.

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